quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Algodão em pluma no Brasil saltaram mais de 137% em janeiro deste ano

Cada vez que atendo um representante de tecido eu me assusto com os preços praticados no algodão nos últimos tempos, todo tecido que tem composição de CO aumentou de forma abusiva eu diria, e depois de tanto auê venho aqui por meio das palavras de Fabricio Leite explicar o que se passa com o setor e estes preços que não param de subir e onde irão parar.




A expectativa do setor é de que a média do preço do produto durante este mês fique em R$ 3,5 por libra-peso, devido a pressão contínua da demanda interna - São Paulo

Os preços médios do algodão em pluma no Brasil saltaram mais de 137% em janeiro deste ano, ante o mesmo período do ano passado. Nos oito primeiros dias deste mês de fevereiro a média de preços já ultrapassava a casa dos R$ 3,66 por libra-peso, que representa um crescimento de 8% ante os R$ 3,36 por libra-peso vistos no mês passado. As informações são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Por conta da baixa oferta de algodão no mercado mundial, pela quebra global de safra causada por problemas climáticos e a forte demanda pelo produto, o algodão em pluma vem quebrando recordes diários de valorização nesse começo de ano. A média em janeiro foi de R$ 3,36 por libra-peso, crescimento de 17,4% ante dezembro de 2010, quando a média foi de R$ 2,86/lp. Para Lucilio Alves, pesquisador do Cepea, isso é o resultado de uma junção de fatores: o clima, que gerou quebras de safra no mundo inteiro; uma demanda mais aquecida, pelo aumento de renda das classes mais baixas; e o fato das indústrias têxteis estarem retomando as atividades após o final de ano. "Em janeiro e fevereiro já existe [anualmente] uma tendência de preços mais altos para o algodão, que é o período em que as indústrias estão retornando das férias coletivas e há um maior número de compradores no mercado. Além disso, é um período em que a oferta tende a ser um pouco mais escassa. Então é comum ver preços mais elevados nesses dois meses".




Alves contou que essa marca nominal, obtida em janeiro, é o maior valor da história do algodão, que em janeiro de 2010 esteve em média R$ 1,42 lp. "A postura firme de produtores diante da baixa disponibilidade da pluma para pronta entrega vem sustentando as cotações. Parte dos cotonicultores está focada no cultivo da safrinha de algodão, que está atrasada devido ao excesso de chuva que atrapalha a colheita da soja", acrescentou ele.

Para o analista da Safras & Mercado, Miguel Biegai, os preços devem continuar em alta nesse mês de fevereiro, com grandes possibilidades de fechar acima dos R$ 3,5/ lp em média. "O começo deste ano está um paraíso para os produtores e até o final de fevereiro teremos os preços em alta. Somente a partir de março o mercado ficará em estabilidade, para recuar no segundo semestre".

Biegai afirmou que apesar de toda a euforia, os produtores estão receosos em relação ao futuro, já que em diversos países a expectativa de aumento de área de algodão supera os 10%. "Hoje o produtor tem medo que entre muita gente nova no negócio, porque o preço chama a atenção, e está dando margem de lucro em média de R$ 3 mil por hectare e isso é muito dinheiro. Mesmo que o cara arrende a terra e pague um alto preço por isso, alugue máquinas, compre defensivos ainda vale a pena", garantiu o analista.




A partir do segundo semestre os preços devem recuar um pouco, dado a entrada da nova safra, tanto no Brasil quanto em outros países do mundo. E em outubro e novembro a tendência é de preços em linha com o mesmo período de 2010 disse Bueno. Para ele mesmo com as quedas previstas, os preços não devem ficar muito abaixo dos valores vistos em dezembro do ano passado (R$ 2,86 libra-peso). "Em março pode ser que vejamos um mercado mais estável, pois começa a safra de São Paulo. Em abril teremos um pouquinho mais de oferta com Minas Gerais. Em maio entra a safra goiana e aposto em um recuo. É claro que tudo dependerá do mercado internacional. Apesar disso, os valores não devem ficar abaixo de R$ 2,80 por libra-peso."

FONTE: DCI

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